quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Renan Augusto, Pedro Gabriel e Luiz Henrique
HIV "desaparece" em paciente após transplante de medula óssea
O vírus da Aids se tornou indetectável em um paciente soropositivo com leucemia, depois que ele se submeteu a um transplante de medula óssea. Entretanto, segundo médicos, trata-se de um caso "interessante" mas "isolado", que não deve suscitar falsas esperanças.
"Trata-se de um caso interessante para a pesquisa", declarou em comunicado o professor Rodolf Tauber. "Entretanto, dar esperanças às milhões de pessoas contaminadas pelo HIV não seria sério", ressaltou, mencionando um "caso isolado".
Soropositivo há dez anos, o paciente, um norte-americano de 42 anos que vive em Berlim, teve que se submeter a um transplante de medula óssea para tratar uma leucemia detectada há três anos.
Entre os doadores potenciais, se encontrava uma pessoa portadora de uma mutação genética já conhecida pelos cientistas, mas ainda inexplicada. Essa particularidade, uma mutação do receptor CCR5 do vírus, está presente em 1% a 3% da população européia e parece dar aos indivíduos portadores uma imunidade ao HIV.
A equipe do hematologista berlinense Eckhard Thiel escolheu este doador específico "com a esperança de que, depois do transplante da medula óssea, o vírus do HIV também desapareceria".
O paciente, há anos sob tratamento anti-retroviral e que nunca desenvolveu a Aids, interrompeu seu tratamento no momento do transplante, para evitar que os medicamentos provocassem uma rejeição.
"Normalmente, a interrupção dos anti-retrovirais provoca o desenvolvimento da Aids em algumas semanas. Mas até hoje, mais de 20 meses depois do transplante, o HIV continua indetectável neste paciente", afirmou a equipe de Thiel.
"Esse procedimento não é adequado ao tratamento de pacientes portadores do HIV, nem hoje nem num futuro próximo", afirmou o médico Gero Hütter, membro da equipe berlinense.

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