quarta-feira, 22 de abril de 2009

Levantamento de peso e musculação podem ajudar hipertensos, dizem estudos

09h40min - 22/04/2009
Músculos mais fortes diminuem esforço do coração para bombear sangue. Para começar os exercícios, contudo, é bom consultar um médico.
Será que levantar peso é ruim para a pressão sanguínea? Sabe-se que exercícios aeróbicos regulares podem melhorar a circulação e reduzir a pressão do sangue. Porém, o que dizer da musculação? Durante anos, pessoas com hipertensão foram alertadas a não praticar o esporte, pois os médicos temiam que picos de pressão sanguínea, provocados durante o levantamento de peso vigoroso, pudessem causar problemas perigosos e, no longo prazo, aumentar a pressão. No entanto, estudos não oferecem muitas evidências em relação a isso. Nos últimos anos, grandes pesquisas descobriram o contrário: a musculação reduz a pressão sanguínea, pois, com músculos mais fortes, exige-se menos do coração para as atividades do dia-a-dia. Por exemplo, uma análise, publicada no periódico "Hypertension", observou 11 exames clínicos comparando 182 adultos praticantes de musculação várias vezes por semana e 138 não praticantes deste tipo de exercício. No geral, o estudo descobriu que a musculação diminuiu a pressão sanguínea sistólica (o maior número num exame de pressão) em até 2%, e a pressão diastólica em cerca de 4% - pequenos benefícios capazes de melhorar enormemente a saúde cardiovascular. Outro relatório da American Heart Association, publicado na revista científica "Circulation", revelou que apenas duas ou três sessões de levantamento de peso por semana – com exercícios de flexões e pressões – eram suficientes para diminuir a pressão sanguínea. A associação afirma que o treinamento de resistência pode também beneficiar pacientes cardíacos, mas recomenda uma consulta inicial com um médico, para orientação. Portanto, o levantamento de peso pode diminuir a pressão sanguínea.

Etep Faculdades
Nome:Laura Moretti;Luigi Bianchi;Fabrícius Renó de Paula;Caio Morotti;Caio Daló

Brasil tem três vezes mais infecções hospitalares do que é admitido pela OMS

22/04/2009
No Paraná, oito pacientes infectados serão levados para área isolada. Superlotação favoreceu a disseminação da bactéria, afirma direção.
O Brasil tem três vezes mais infecções hospitalares que o admitido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No Paraná, oito pacientes infectados por uma bactéria resistente a antibióticos vão ser transferidos na quarta-feira (22) para uma área isolada. A direção do Hospital Universitário de Londrina, o maior hospital público do norte do Paraná, admitiu que a superlotação favoreceu a disseminação da bactéria. Oito pacientes estão em estado grave. Eles já tinham a saúde debilitada quando foram infectados. A bactéria foi primeiro identificada em uma vítima de acidente. Depois, de alguma forma, ela se instalou na UTI. O superintendente do hospital, Francisco de Souza, se defende dizendo que o controle de bactérias é falho em todo o Brasil e que muitos hospitais nem descobrem que estão contaminados. A infecção hospitalar pode ser leve, sem grandes consequências para o paciente, ou ser grave e levar à morte. Não existe hospital com índice zero de infecção hospitalar. Todo paciente que se interna corre riscos. Mas é um problema que dá para controlar. Nos hospitais que seguem as normas de segurança, são cumpridas regras que vão desde lavar as mãos antes e depois de qualquer intervenção até o exame apurado dos medicamentos que serão injetados nos pacientes. Centros cirúrgicos e UTIs são áreas de alto risco. As cirurgias de grande porte, como os transplantes, aumentam as chances de infecção. Carlos Lotfi, infectologista, diz que os hospitais brasileiros têm, em média, três vezes mais infecções hospitalares do que o número máximo admitido pela organização mundial da saúde. Ele denuncia: faltam mais preparo dos profissionais e mais ação governamental. “A não ação hoje dos órgãos de vigilância e de fiscalização está levando a uma piora do controle de infecção em todo país”, afirma.

Etep faculdades
Nomes:Laura moretti;Luigi Bianchi;Fabrícius Renó de Paula;Caio Morotti;Caio Daló

Chumbo antissocial

08/04/2009

Agência FAPESP – O trabalho de pesquisa de doutorado de Kelly Polido Kaneshiro Olympio, apresentado na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP) e que demonstra uma importante associação entre a exposição a chumbo e o comportamento antissocial em adolescentes, foi premiado pela União Internacional de Toxicologia (Iutox, na sigla em inglês).

O estudo, realizado em parceria com pesquisadores do Instituto de Química (IQ) da universidade, analisou as concentrações de chumbo presentes no esmalte dentário de 173 adolescentes residentes em bairros de baixa condição socioeconômica de Bauru, interior paulista.

O objetivo foi investigar uma possível associação entre a concentração de chumbo presente no esmalte dentário, marcador biológico escolhido por refletir a exposição ao metal, de adolescentes de 14 a 18 anos de idade e o estabelecimento de comportamento antissocial.

“Verificamos uma forte associação entre exposição a chumbo e estabelecimento de morbidade psiquiátrica na amostra analisada, como problemas de socialização, quebras de regras sociais e queixas somáticas, que são problemas de saúde sem causa médica conhecida”, disse Kelly à Agência FAPESP.

Os resultados corroboram pesquisas anteriores realizadas nos Estados Unidos, mas “é a primeira desenvolvida no Brasil, portanto dentro de uma realidade socioeconômica e cultural bastante distinta da norte-americana”, afirmou.

Incluindo os diversos fatores de risco sociais e familiares para o estabelecimento dos problemas encontrados na análise estatística, a exposição ao chumbo se mostrou um dos fatores de risco mais importantes.

“Os vários efeitos prejudiciais à saúde causados pela contaminação por chumbo e confirmados pela pesquisa alertam para a necessidade de desenvolvimento de políticas públicas que previnam a contaminação da população brasileira por esse metal”, apontou.

Tal contaminação, conta Kelly, pode refletir sérias perdas individuais na inserção social e no rendimento profissional, contribuindo para prejuízos econômicos em âmbito populacional.

A pesquisa foi orientada pela professora Wanda Günther, do Departamento de Saúde Ambiental da FSP, e co-orientada pelo docente Etelvino Bechara, do Departamento de Bioquímica do IQ.

Premiação internacional

O trabalho da pesquisadora foi premiado pela Iutox com o 2009 SOT/AstraZeneca Travel Award, que consiste na concessão de US$ 2 mil destinados a custear a viagem a Baltimore, nos Estados Unidos, onde os resultados da pesquisa foram apresentados por Kelly durante o 48º Encontro Anual da Sociedade de Toxicologia, realizado entre os dias 15 e 19 de março.

“Receber esse prêmio significa o reconhecimento internacional da importância de se estudar essa associação no Brasil, que tem uma realidade socioeconômica e cultural muito distinta da encontrada nos Estados Unidos. A exposição ao chumbo se manteve como fator de risco relevante para o estabelecimento de síndromes psiquiátricas”, disse.

No novo estudo, a concentração de chumbo no esmalte dentário foi analisada por meio de uma técnica conhecida como espectrometria de absorção atômica com forno de grafite. Para a interpretação correta da concentração de chumbo foi preciso quantificar também a concentração de fósforo da amostra, por meio de espectroscopia de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado.

“Trata-se de uma microbiópsia de esmalte dentário superficial, um recurso de baixo custo e fácil operacionalização que pode ter grande utilidade em estudos nos quais se queira avaliar a exposição passada do indivíduo ao chumbo. No entanto, ainda não há dados epidemiológicos de concentração de chumbo no esmalte suficientes na literatura, de modo a estabelecer o que pode ser considerado alta ou baixa exposição, permitindo apenas comparações dentro de cada estudo”, explicou a dentista.

O chumbo é uma neurotoxina silenciosa e devastadora em crianças. A neurotoxicidade induzida pelo metal ocorre mediante exposição, ao longo do tempo, a baixas concentrações de chumbo oriundo principalmente da poeira e tintas.

“Muitas fontes domésticas, ocupacionais e ambientais são de especial risco para a contaminação por chumbo, que está presente na poeira de regiões próximas a indústrias que o utilizam em seus processos produtivos”, disse.

O metal também está presente na composição de produtos como cabos elétricos, baterias, brinquedos piratas, persianas antigas, tintas, plásticos, cerâmicas de uso domiciliar, tinta zarcão utilizada como anticorrosivo em portões de ferro e encanamentos antigos.

Segundo ela, apenas em 2008 a legislação brasileira fixou o limite máximo de chumbo permitido na fabricação de tintas imobiliárias, de uso infantil e escolar, vernizes e materiais similares.

“Em países do hemisfério Norte, a contaminação humana por chumbo vem sendo associada à violência urbana, à redução do rendimento profissional na fase adulta e à destinação de verbas de saúde pública para a prevenção e tratamento dessa contaminação”, disse.

Fonte: Agência FAPESB

Caio Henrique, Walker Rosa, João Vitor, Vitor Godoy, Thales Sarnento

Divulgação Científica

Nova arma contra o câncer

09/04/2009

Agência FAPESP – Duas das mais importantes revistas científicas do mundo destacam esta semana estudos que trazem boas notícias na luta contra o câncer. Depois de uma promessa para o tratamento do cancer de próstata, divulgado pela Science, é a vez de a Nature apresentar outra novidade muito bem-vinda.

Na edição desta quinta-feira (9/4), o periódico britânico publica um artigo que descreve o potencial de uma nova droga contra a doença. O composto apresentou tamanha atividade antitumoral em camundongos que já está sendo avaliado em uma primeira fase de testes clínicos em humanos.

A novidade é a molécula MLN4924, descoberta por cientistas da Millennium Pharmaceuticals, empresa com sede em Cambridge, Massachusetts, pertencente ao grupo japonês Takeda Oncologia.

A Millenium desenvolveu o primeiro inibidor de proteassomo (um degradador celular), o bortezomib. Comercializado com o nome Velcade, a droga para o tratamento de mieloma refratário múltiplo, um tipo de câncer na medula óssea, tem estimativa de vendas no mundo em 2009 de US$ 1 bilhão.

A MLN4924 barrou o crescimento de células cancerosas humanas transplantadas em camundongos. Segundo os autores do estudo, ela funciona por meio do bloqueio de uma parte do caminho intracelular que regula a degradação de proteínas. Enquanto o bortezomib interrompe o caminho em um sentido, a nova droga o faz em outro.

A molécula agora apresentada também funciona de modo diferente da outra. Ela desregula a parte do ciclo celular na qual ocorre a síntese de DNA. Isso resulta na danificação do DNA e na indução de morte celular programada, ou suicídio das células cancerosas.

“A descoberta de drogas é algo raro. Em 2008, a Administração de Alimentos e Drogas do governo norte-americano aprovou um único novo composto para o tratamento do câncer, apesar de a indústria farmacêutica no país ter gastado no ano cerca de US$ 65 bilhões com esse tipo de pesquisa”, destacou Raymond Deshaies, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, em comentário sobre o novo estudo publicado na mesma edição da Nature.

Por conta disso, a identificação de proteínas capazes de ser usadas em novas drogas sempre atrai muita atenção. No novo estudo, os cientistas descobriram um composto que reside em uma enzima até então ignorada, a NEDD8, e mostraram que tal composto é capaz de suprimir o crescimento de tumores.

O segredo da MLN4924 é atuar no sistema ubiquitina-proteassomo, que controla muitos processos celulares. A ubiquitina (de ubíquo, que está em todos os lugares) é uma proteína com funções fundamentais para a regulação de processos biológicos. Ela funciona como uma espécie de bandeira, ligando-se a outras proteínas e indicando que algo deve ocorrer ao substrato ao qual está conectada. Ela sinaliza ao proteassomo quais proteínas-alvo devem ser degradadas.

O caminho de degradação proteossômica é essencial para muitos processos celulares, incluindo o ciclo celular, a regulação da expressão gênica e respostas ao estresse oxidativo.

A descoberta da degradação regulada de proteínas pelo sistema ubiquitina-proteassomo foi feita no início da década de 1980 pelos israelenses Aaron Ciechanover e Avram Hershko Technion e pelo norte-americano Irwin Rose. A importância do processo para a regulação de processos biológicos – e a sua relevância para a compreensão de várias patologias – garantiu aos três o Prêmio Nobel de Química de 2004.

Esse processo é mediado por um grande número de enzimas. Apenas uma das famílias, conhecida como E3, é formada por mais de 650 enzimas. No novo estudo, em vez de ter como alvo direto as enzimas E3, os pesquisadores verificaram a possibilidade de inibir outras proteínas que ativam as E3. Foi quando descobriram a NEDD8 e seu componente antitumoral.

Fonte: http://www.agencia.fapesp.br/materia/10346/divulgacao-cientifica/nova-arma-contra-o-cancer.htm


Grupo: Caio Henrique, Walker de Souza, João Vitor, Vitor Godoy, Thales Sarnento

Uso de anabolizantes pode causar alterações cerebrais

Pe06/03/2009 - 18hs
Pesquisa mostra que os anabolizantes alteram o cérebro e, por isso, os usuários têm grandes chances de se tornarem mais impulsivos, agressivos e ansiosos com o uso.O experimento, feito em camundongos pelo biólogo Gilherme Ambar, no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, indica que os hormônios diminuem a produção de receptores de serotonina, uma substância relacionada ao controle da agressividade. O estudo, que teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), é o primeiro mostrar que o uso de "bombas" altera a maneira que a informação genética é transcrita em diversas áreas do cérebro.
Para a serotonina atuar, ela precisa de proteínas receptoras. Como primeiro passo para fabricá-la, os neurônios produzem o ácido RNA mensageiro. Ambar percebeu que a quantidade de RNAs mensageiros produtoras desses receptores de serotonina era entre 37% a 66% menor em camundongos que receberam anabolizantes.ReaçõesNo experimento, camundongos que receberam o anabolizante tiveram mais sinais de ansiedade em situações desconhecidas, foram mais impulsivos e mostraram maior agressividade.Para medir o comportamento, os pesquisadores colocaram mais um camundongo na gaiola das cobaias e observaram as reações. Cerca de 75% dos camundongos que receberam anabolizantes atacaram o intruso nos primeiros 15 minutos, enquanto somente 30% do outro grupo atacaram. Os animais que tomaram nandrolona também agrediram de forma mais impulsiva: eles demoraram, em média, 400 segundos para atacar o intruso; a média do outro grupo foi de cerca de 700 segundos.Nos testes, os camundongos que tomaram anabolizantes também se mostraram mais ansiosos. Cada animal foi colocado num labirinto em forma de cruz, com áreas cobertas e descobertas. Camundongos que receberam nandrolona fugiam mais rápido do que os outros animais para as áreas protegidas."Os animais se comportaram como as pessoas que abusam de anabolizantes", explicou a professora Silvana Chiavegatto, orientadora de pesquisa, à Agência USP. "Camundongos têm no cérebro um sistema para controlar emoções parecido com o nosso. Por isso, há fortes indícios de que os anabolizantes podem mudar a expressão de genes também no cérebro humano".Segundo informações do Centro Brasileiro de Drogas Psicotrópicas (CEBRID), o Deca-durabolin é um dos anabolizantes mais utilizados no País. Um levantamento do Centro realizado em 108 cidades em 2005 mostra que 0,9% da população já utilizou anabolizantes alguma vez. Os maiores consumidores são homens entre 17 e 34 anos e o uso é maior na região Sudeste. O uso de anabolizantes aumentou 201 % (triplicou) entre 2001 e 2005. *Com informações da Agência USP
nomes:Matheus Lopes,Felipe R Paula,Lucas Vecchete,Rafael Chumam

"É possível viver para sempre"

Reportagem retirada da revista Super Interessante de Abril de 2009

"Água-viva cria mecanismo para driblar a morte - e isso preocupa os cientistas".

“Geralmente, as águas-vivas não vivem mais de 6 meses. Mas uma delas, a Turritopsis dohrnii, conseguiu driblar esse destino – e, de quebra, revolucionar os conceitos de vida e morte. Ela tem a capacidade de rejuvenescer indefinidamente as próprias células, ou seja, é essencialmente imortal. Não pode morrer de causas naturais; sua única possibilidade de deixar este mundo é ser comida por algum predador. A imortalidade do bicho foi descoberta pela bióloga italiana Maria Pia Miglietta, que trabalha na Universidade da Pensilvânia e viajou o mundo todo para estudar a supercriatura. O corpo das águas-vivas assume vários formatos durante a vida. Mas a Turritopsis consegue fazer esse processo andar ao contrário, como se fosse uma borboleta que volta ao estágio de larva. O rejuvenescimento ocorre depois que o animal se reproduz e também em momentos de crise, se ele está ferido ou sem alimento. Uma verdadeira mágica evolutiva”.
“O animal, que já foi encontrado na Flórida, na Itália, na Espanha, no Panamá e até no Japão, se espalha pegando carona na água que os navios usam como lastro. Sem saber, eles coletam água cheia de Turritopsis e ao chegar a seu destino, em outra parte do planeta, descarregam tudo no oceano – onde o bicho imortal começa a se reproduzir. Ninguém sabe o tamanho da população de Turritopsis dohrnii, e isso está preocupando os cientistas.’É uma invasão mundial sem precedentes’, afirma o biólogo John Darling, da Agência Americana de Proteção Ambiental”.

“O medo dos especialistas é que a Turritopsis possa se multiplicar demais e desequilibrar os ecossistemas do planeta, levando à extinção de outras espécies. Mas ela também pode trazer o bem: biólogos italianos acreditam que decifrar os mecanismos de rejuvenescimento desse animal possa levar a uma cura para o câncer. É esperar para ver – como boa highlander, a água viva não tem nenhuma pressa”.

Componentes do grupo: Felipe R Paula, Lucas Vecchete, Matheus Lopes, Rafael Chumam.

trabalho de biologia

Agência FAPESP – Nos últimos 540 milhões de anos, os níveis de oxigênio na atmosfera terrestre têm flutuado enormemente. Justamente em um período em que os níveis estavam especialmente baixos, em torno de 12% (atualmente está em 20,9%), surgiram os dinossauros, o que é algo que há tempos tem intrigado os cientistas. A questão é como animais tão grandes fizeram para sobreviver em atmosfera tão rarefeita. Na ausência de um desses vertebrados vivo para realizar estudos, três pesquisadores de instituições nos Estados Unidos decidiram procurar pistas em um parente moderno. Trata-se do aligátor americano, designação comum aos répteis crocodilianos do gênero Alligator, encontrados na América do Norte. Eles diferem do crocodilo pelo focinho mais largo (em forma de U) e mais curto. Assim como os jacarés brasileiros, o aligátor pertence à família Alligatoridae, enquanto os crododilos fazem parte da Crocodylidae. Todos compartilham a mesma ordem, Crocodylia. “Sabíamos que testar os efeitos de diferentes níveis de oxigênio funcionaria em aligatores, porque os crocodilianos têm sobrevivido em sua forma básica por cerca de 220 milhões de anos. Eles devem ter feito algo certo para resistir durante tantas flutuações de oxigênio”, disse o australiano Tomasz Owerkowicz, da Universidade da Califórnia em Irvine, primeiro autor do estudo, que será publicado na edição de 17 de abril do The Journal of Experimental Biology. Para começar no início do desenvolvimento desses répteis, os cientistas incubaram ovos de aligatores (Alligator mississippiensis) em diferentes níveis de oxigênio de modo a observar como os animais cresciam e se desenvolviam. Os ovos, doados pelo Rockefeller Wildlife Refuge, foram divididos em grupos incubados em 12% (nível baixo), 21% (normal) e 30% (alto) de oxigênio. Após cerca de dez semanas, os ovos começaram a chocar e os pesquisadores puderam verificar que não havia diferenças visíveis entre os animais dos dois últimos grupos. A surpresa ocorreu quando os ovos em nível baixo abriram. Os ventres dos aligatores estavam inchados e muito maiores do que o normal. O motivo é que os animais não conseguiram absorver corretamente os nutrientes presentes nos ovos, ficando com as barrigas distentidas. Em alguns casos a deformidade foi tamanha que as pernas não chegavam ao chão, obrigando os aligatores a permanecer no local e comer todo o alimento contido no ovo. Depois, finalmente começaram a se mover. Os órgãos do grupo também se mostraram muito menores do que os dos demais. A exceção foi o coração, que, segundo os pesquisadores, era maior provavelmente para maximizar o uso das quantidades limitadas de oxigênio. Os cientistas achavam que os pulmões também seriam maiores, mas não foi o caso, talvez porque os aligatores usaram menos tal órgão, obtendo o oxigênio por meio de vasos sanguíneos na membrana do ovo. Três meses depois, ao medir as taxas de respiração e metabólica, Owerkowicz e colegas verificaram que os animais na atmosfera com mais oxigênio estavam respirando muito menos do que o normal, provavelmente por conta de respirar mais gás a cada vez, o que se traduz em uma significativa economia de energia – que pode ser investida em crescimento. Mas, ao medir os tamanhos dos pulmões dos répteis no grupo com menos oxigênio, os cientistas descobriram que os órgãos estavam maiores do que os dos dois outros grupos. Os pulmões teriam crescido mais para compensar a falta de oxigênio, permitindo que os animais aumentassem suas taxas metabólicas. O artigo Atmospheric oxygen level affects growth trajectory, cardiopulmonary allometry and metabolic rate in the American alligator (Alligator mississippiensis), de Tomasz Owerkowicz e outros, pode ser lido por assinantes do The Journal of Experimental Biology em jeb.biologists.org.



nome:Douglas,Rafael henrique,Luis

domingo, 5 de abril de 2009

Genética influencia modo de funcionamento do cérebro,

Genética influencia modo de funcionamento do cérebro, diz estudo
Pesquisa envolveu a comparação de gêmeos idênticos e irmãos.Resultado sugere que genes influenciam desempenho cognitivo.
Salvador Nogueira Do G1, em São Paulo

Ativação média de um cérebro no estudo (Foto: Divulgação)
Características como inteligência e personalidade podem ser herdadas geneticamente? O que faz uma pessoa agir de um determinado modo, a natureza ou a criação? Essas São algumas das questões mais intrigantes e controversas da ciência, e as respostas para elas só podem estar em um lugar: o cérebro. Agora, um novo estudo joga luz sobre a polêmica. A pesquisa, encabeçada por Jan Willem Koten Jr., da Universidade Aachen, na Alemanha, usou as tradicionais imagens de ressonância magnética funcional para identificar potenciais mudanças em ativação de circuitos cerebrais pautadas pela genética. Para fazer a constatação, ele comparou membros de dez trios de irmãos, dos quais dois eram gêmeos idênticos -- portanto, possuíam a mesma constituição genética. Durante as observações do cérebro, os participantes tinha de realizar tarefas cognitivas ligadas à memória. Mais especificamente, tinham de memorizar a presença de um dígito específico num quadro de números enquanto eram distraídas pela realização de operações aritméticas ou categorização de objetos diferentes. Estudos anteriores com gêmeos já tinham tentado encontrar potenciais diferenças no cérebro com base na genética, mas sem sucesso. Isso porque eles tentaram focar em partes específicas do órgão. "Influências genéticas em ativação cerebral de áreas que tipicamente servem a uma função cognitiva devem ser modestas, porque essas áreas serão ativadas de forma similar em todos os humanos", explicam Koten Jr. e seus colegas, em artigo publicado na edição desta semana do periódico científico americano "Science".
Para o novo estudo, os pesquisadores decidiram olhar o cérebro como um todo. E aí sim conseguiram notar algumas diferenças entre os cérebros dos gêmeos e o de seu irmão não-idêntico -- focadas mais no hemisfério esquerdo do órgão. "Nossos achados demonstram que existem diferenças influenciadas geneticamente em padrões de ativação do cérebro, causando diferenças qualitativas em rotas de processamento neurocognitivo", concluem os cientistas. Na prática, isso quer dizer que pelo menos algumas das características envolvidas com a cognição no cérebro sofrem influência genética. Quais e em que medida, ainda é um mistério a ser esclarecido.

Grupo cria células-tronco reprogramadas sem alterar DNA humano

Grupo cria células-tronco reprogramadas sem alterar DNA humano
Genes que levam células a 'regredir' desaparecem naturalmente mais tarde.Trabalho é mais um passo na busca de terapias sob medida para doentes.
Reinaldo José Lopes Do G1, em São Paulo
Os pesquisadores estão cada vez mais perto de estabelecer um método eficiente e seguro para transformar células adultas, como as da pele ou do sangue de pessoas crescidas, em equivalentes das cobiçadas células-tronco embrionárias. Desta vez, uma equipe dos Estados Unidos conseguiu operar essa transformação de forma "limpa", sem que o DNA das células-tronco recém-criadas fosse permanentemente alterado. Trata-se do primeiro passo para usar células como fonte de tecidos "sob medida" para pessoas que precisam reconstituir órgãos danificados por alguma doença ou acidente.
O estudo, que está na edição desta semana da revista "Science", é coordenado por James A. Thomson e Junying Yu, ambos do Instituto Morgridge de Pesquisas, no estado americano do Wisconsin. Eles já eram pioneiros do estudo das células iPS, ou células "pluripotentes induzidas", como se chamam as células-tronco com características embrionárias produzidas a partir de tecidos adultos. Retornar ao estado embrionário equivale a ganhar a capacidade de se transformar em qualquer tipo de célula -- ou "pluripotência", como esse poder é conhecido entre os biólogos. E a possibilidade de obter células desse tipo a partir dos pacientes significa que eles não terão rejeição aos tecidos criados com elas, já que eles apresentam as mesmas características genéticas dos doentes.

Até aí tudo bem. O problema é que, por enquanto, quase todos os pesquisadores que conseguiram criar iPS usaram algum tipo de manipulação genética (em geral vírus) que corresponde a uma alteração "definitiva" no DNA das células alteradas, por meio da entrada de genes que garantem a versatilidade, ou a pluripotência, das células iPS. Isso não é exatamente uma boa notícia porque, no caso dos vírus, por exemplo, a inserção de DNA estranho também pode mexer com outros genes, os quais podem causar até a formação de tumores. A segurança na hora de transferir essas células para pacientes de verdade ficaria muito comprometida, portanto.

Yu, Thomson e seus colegas apostaram em outra abordagem, na qual o punhado de genes capaz de induzir pluripotência é transferido para as células adultas por meio de um plasmídeo, uma molécula "pelada" de DNA, que não precisa ser carregada por vírus. Métodos especiais de biologia molecular são utilizados para "convencer" a célula que vai ser transformada a admitir a entrada do plasmídeo em seu interior.

Embora a eficiência do procedimento seja baixa, os pesquisadores viram que é realmente possível transformar as células adultas em células iPS com essa estratégia. E o melhor vem agora: conforme as células vão se dividindo, a multiplicação do plasmídeo é ineficiente. Isso faz com que, após algumas rodadas de multiplicação celular, os cientistas consigam obter células-tronco que não possuem mais o DNA estranho. No entanto, quando eles examinam os genes dessas células, percebem que os trechos de DNA responsáveis pela manutenção da pluripotência continuam "ligados", mesmo sem a ajuda dos plasmídeos.

Se a abordagem realmente se revelar a mais promissora, o protocolo criado em Wisconsin poderá servir como guia geral para a produção de células iPS.

Estudo descobre área cerebral onde reside a inteligência

Um estudo feito por pesquisadores canadenses diz ter descoberto o local onde a tão buscada inteligência reside no cérebro das pessoas. Segundo os cientistas do Instituto Neurológico de Montreal, a faculdade do saber está diretamente ligada à espessura do córtex cerebral, também conhecido como massa cinzenta - região que desempenha funções fundamentais como memória, pensamento, linguagem e consciência. As informações são do site Live Science.
O instituto canadense chegou a esta conclusão depois de fazer um mapeamento digitalizado dos cérebros de 216 meninos e meninas saudáveis, com idades entre 6 e 18 anos, oriundos de diversos grupos étnicos e socioeconômicos. Além do rastreamento, as crianças também foram submetidas a testes de analogia, vocabulário, raciocínio e de habilidades visuais.
As análises sobre o córtex cerebral surpreenderam os especialistas do Instituto Neurológico. Para o neurocientista e psiquiatra Sheriff Karama, "foi difícil entender como algo tão complexo como a inteligência fica restrita a pequenos espaços do cérebro".
De acordo com Karama, se olharmos para a média de espessura do córtex nas crianças pesquisadas, as diferenças entre o menor e o maior QI foi de meio milímetro. O pesquisador explicou que os resultados não significam que a espessura do córtex (ou a inteligência) se baseiem unicamente na genética. "O ambiente também desempenha um papel", afirmou ele ao Live Science.
Depois de perceber que os genes afetam o tamanho do córtex, os especialistas avaliaram que futuramente a descoberta pode ter efeitos positivos em tratamentos de transtornos mentais, como Alzheimer, depressão e esquizofrenia. "Você pode ajudar a tratar um grande número de declínios cognitivos", ressaltou Karama. Os resultados do estudo foram publicados na última edição da revista médica Intelligence.
Desde a última década, cientistas do mundo inteiro têm tentado decifrar a localização exata da inteligência na cabeça do ser humano. Um estudo realizado no ano 2000 por britânicos e alemães defendeu que o intelecto depende exclusivamente dos lobos frontais do cérebro. Em anos seguintes, pesquisadores disseram ter encontrado indícios de que a sabedoria tem a base formada em outras regiões que não o córtex ou os lobos frontais. No entanto, estes experimentos foram contestados pela comunidade científica porque analisou um número relativamente baixo de crianças em testes.

Postagem realizada pelo grupo: Pré Biólogos

Componente da maconha atua contra tumores cerebrais

O tetra-hidrocanabinol (THC), principal componente ativo da maconha, pode ter um efeito sobre a redução e, inclusive, a destruição de células cancerígenas dos tumores, principalmente do cérebro, nos ratos e também no homem, segundo estudo da universidade Complutense de Madri publicado nesta quinta-feira (2), no "Journal of Clinical Investigation".
De acordo com o relato, cientistas injetaram uma dose diária de THC em ratos, antes contaminados com tumores cancerígenos humanos desenvolvidos até o tamanho de 250 mm3.
"A administração do THC reduziu em mais de 80% o crescimento de tumores derivados de diferentes tipos de células" cancerígenas, escreveram os pesquisadores do departamento de bioquímica da Universidade de Madri.
As células cancerígenas introduzidas nos ratos incluíam gliomas, o tipo mais frequente de câncer do cérebro, assim como células de câncer do pâncreas e de mama.
Um teste clínico realizado em dois pacientes com câncer no cérebro, normalmente muito agressivo, com injeção intracraniana de THC de 26 a 30 dias, mostrou "um processo de morte de células por autofagia", depois de uma análise das biópsias realizadas antes e após o tratamento.

Postagem realizada pelo grupo: Pré Biólogos

Cientistas usam vírus da varíola para criar vacina contra a Aids

Responsável pela morte de milhões de pessoas durante séculos, a varíola se converteu num aliado para lutar contra a nova pandemia da humanidade: a Aids. Pesquisadores espanhóis empregam pela primeira vez o vírus da varíola para criar uma vacina contra o HIV.
O vírus da varíola, numa versão atenuada, foi usado como veículo transportador de quatro proteínas do HIV. O médico Juan Carlos López Bernaldo, supervisor do teste clínico no Hospital Gregório Marañón, de Madri, afirma que até agora "se empregavam proteínas sintéticas e outros tipos de vírus que não conseguiam estimular suficientemente o sistema imune".
Seu grupo, porém, evita falar que se trata de uma vacina que protege por completo da infecção. De acordo com López Bernaldo, "em pesquisas anteriores já se pôde ver que a ideia de criar uma vacina totalmente protetora não funciona".
"O que queremos conseguir agora é uma vacina que provoque uma resposta imunológica para que, no caso de infecção pelo HIV, o desenvolvimento da doença possa ser evitado."
A vacina foi primeiro testada em camundongos e macacos. Foi comprovado que era segura e que conseguia induzir respostas imunes contra o SIV, o vírus da imunodeficiência dos símios, "irmão" do vírus da Aids.
Ela agora está na chamada fase 1 dos testes em humanos. Já foi ministrada a 18 pessoas, e a meta dos pesquisadores é chegar a 30 voluntários neste mês.
O estudo durará um ano, e seu objetivo principal é avaliar se a vacina consegue estimular o sistema de defesa dos voluntários. Esta primeira fase também servirá para avaliar a segurança da nova imunização em humanos --algo de que os pesquisadores não duvidam, pois já existe uma longa experiência da vacinação contra a varíola, que usava o mesmo vírus.
Os primeiros a se oferecerem para testar a vacina foram principalmente pessoas jovens, com conhecimentos sobre o HIV, muitas delas com familiares ou amigos infectados.
López Bernaldo explicou à Folha que "as pessoas com parceiros com HIV não podem ser voluntárias nesta fase porque procuramos pessoas com baixo risco de infecção."
Os primeiros resultados deverão aparecer em maio de 2010. Se forem favoráveis, a pesquisa avançará até a fase 2, com centenas de pessoas. A duração desta fase é de no mínimo três anos. Os voluntários desta fase devem estar sob risco de infecção.
A vacina experimental, denominada MVA-B, foi desenvolvida por Mariano Esteban, pesquisador do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC), órgão espanhol que tem a patente.

Postagem realizada pelo grupo: Pré Biólogos

Surpresa! O coração regenera suas células



Por muito tempo pensamos que o coração humano, assim como o cérebro, não fosse capaz de renovar suas células após o nascimento do indivíduo. Hoje, no entanto, cientistas anunciaram que há sinais que mostram a regeneração das células do coração durante a vida de uma pessoa.
E as células do cérebro também mudam (crescem) quando nos tornamos adultos.
“Se cortarmos nossa pele, o tecido se regenera, a pele cicatriza. Se quebrarmos um osso, ele também se regenera. Mas órgãos, como o coração e o cérebro, pareciam não ter as mesmas propriedades” explica Ratan Bhardwaj, um dos condutores da pesquisa, da Universidade de Toronto.
“É uma descoberta inovadora e, ao mesmo tempo, fundamental. Imagine a quantidade de novos tratamentos que podem ser desenvolvidos, com base nessas informações” explica Bhardwaj.
O time usou uma técnica inovadora, pelo menos nessa área da ciência, para tirar suas conclusões: eles dataram, com carbono-14, as células do coração.
O carbono 14 é uma técnica conhecida por arqueologistas, que, usando como base a quantidade de carbono encontrada em ossos e objetos antigos, pode oferecer uma estimativa da idade do objeto estudado.
Bhardwaj usou essa mesma técnica em células do coração. O que foi descoberto é que, o coração, quando cresce, não para de produzir células especializadas. Ele continua com a produção. Ainda há células tronco em atividade no órgão – e elas podem ser usadas em tratamentos.
Essa nova descoberta mostra que nosso corpo é muito mais ‘adaptável’ do que pensamos. As aplicações do estudo já estão sendo analisadas.
Postagem realizada pelo grupo : Pré Biólogos