segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Cientistas dizem que vício em cocaína pode ser genético

Os usuários de cocaína poderão ser considerados doentes em vez de viciados. É o que sugerem estudiosos em uma pesquisa que descobriu que parte da população mundial pode ser mais vulnerável ao vício de cocaína devido a uma variação genética.
No estudo, os cientistas descobriram uma proteína que diminui a resistência à droga e aumenta a dependência. A substância foi testada com ratos de laboratório na Europa e, depois, com consumidores de cocaína em São Paulo.
Publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences , o estudo levantou que o gene CaMKIV é o responsável por controlar a resposta da cocaína no organismo. Sem ele, os circuitos cerebrais ficam mais vulneráveis e a cocaína tem efeito maior e mais longo.
– A descoberta do gene é o primeiro passo para se conhecer mais peças moleculares dos efeitos da cocaína e desenvolver ferramentas para diagnóstico e terapias – declarou o cientista espanhol Fernando Rodríguez de Fonseca, diretor de Neuropsicofarmacologia da espanhola Fundação Imabis (Instituto Mediterrâneo para o Avanço da Biotecnologia e Investigação Sanitária). – A pesquisa nos abre caminho para considerar os usuários de cocaína doentes, já que o transtorno tem base genética.

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