domingo, 15 de março de 2009

Uso dos tecidos esterelizados

O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen/MCT), em São Paulo, sedia, de segunda (9) a sexta-feira (13), das 9h às 18h, encontro da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre banco de tecidos biológicos na América Latina e Caribe.

Profissionais da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, México, Peru, Uruguai e Venezuela discutem sobre o uso de tecidos radiam esterilizados no tratamento de pacientes queimados e das áreas de ortopedia, oftalmologia, cirurgias plástica e maxilo facial.

Na quarta-feira (11), das 14h às 18h, se realiza o 1º Fórum de Discussão Banco de Tecidos na América Latina e Caribe - Presente e Futuro.

De acordo com a avaliação da AIEA, os países da América Latina não têm uma cultura marcante de doação de tecidos. Some-se a isso a infra-estrutura ainda não completamente adequada em vários bancos. "É fundamental que os procedimentos e o processamento dos materiais estejam em conformidade com as boas práticas de produção e respeitem princípios de qualidade", explica Mônica Mathor, pesquisadora do Ipen, que coordena a linha de pesquisas sobre radio esterilização.

Muitos tecidos doados não podem ser utilizados por apresentarem contaminação. Por outro lado, a radio esterilização se apresenta como uma alternativa segura, capaz de garantir tecidos de alta qualidade para diversas aplicações clínicas, inclusive reduzindo os custos e transtornos envolvendo o uso de tecidos importados.

A AIEA pretende que todos os bancos de tecidos na América Latina trabalhem com a mesma qualidade e com procedimentos comuns, facilitando dessa forma o intercâmbio entre os países. O Brasil foi incorporado ao projeto da Agência por meio do Hospital de Clínicas de São Paulo, que já armazena peles irradiadas no Ipen. Em uma próxima etapa, começam a ser irradiados ossos.

De acordo com Monica, a maioria dos tecidos transplantáveis, tais como pele, osso, âmnion (membrana que envolve o embrião) e outros tecidos não viáveis, pode ser tratada com radiação ionizante para minimizar a possibilidade de rejeição do organismo ao tecido, matar bactérias e reduzir o risco de transferir doenças contagiosas.

O encontro se realiza na sala de seminários do Centro de Tecnologia das Radiações do Ipen e o Fórum do dia 11 é aberto a estudantes e profissionais interessados.

O Ipen é um instituto de pesquisas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

Nenhum comentário: