terça-feira, 24 de março de 2009

Gordura da carne pode levar a excesso de apetite

A pesquisa da Unicamp revela: o excesso de gordura traz consequências para o cérebro e pode fazer algumas pessoas comerem mais do que o necessário.
Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), interior de São Paulo, descobriram mais um problema no consumo daquela gordurinha que vem em volta da carne e que já faz tanto mal à saúde. O repórter Paulo Gonçalves explica. Calorias em baixa. Carne branca, salada e frutas. O jornalista Marcelo do Canto mudou a alimentação depois de um princípio de infarto com o resultado dos excessos à mesa.
“Quem vai a um restaurante e não gosta de uma picanha? Quem não gosta de uma costela”, ele questiona. A gordura da carne bovina é a saturada, de origem animal. Ela é encontrada também na pele de frango e na manteiga. É tão prejudicial quanto à trans, sintética, de alguns biscoitos recheados e margarinas. Ela não é tão saudável quanto à gordura insaturada, que aparece, por exemplo, nos óleos vegetais e no azeite de oliva. O cardiologista Flávio Pozzuto explica que a gordura saturada é importante para a produção de hormônios. Mas, quando é parte de 30 % da dieta diária, pode comprometer as artérias: “A parte amarelada é o depósito de gordura dentro da artéria. Isso, com o passar dos anos, vai levar a uma obstrução praticamente total da artéria, um infarte ou derrame, se não tratar”. Que a gordura é uma vilã para a saúde, a ciência já sabe. A novidade é como ela interfere no controle do apetite. A pesquisa da Universidade de Campinas, publicada em uma revista científica internacional, revela: o excesso de gordura traz conseqüências para o cérebro e pode fazer algumas pessoas comerem mais do que o necessário. Após cinco anos de estudos com ratos, o Laboratório de Clínicas Médicas da Unicamp conseguiu identificar as conseqüências da gordura saturada no cérebro. Ela atua diretamente no hipotálamo, região responsável pelo controle do apetite e gasto energético. De acordo com os estudos, a gordura mata os neurônios encarregados de transmitir a informação de que o indivíduo está satisfeito. “A perda de alguns desses neurônios pode ter consequências bastante desastrosas para a manutenção do equilíbrio entre fome e gasto de energia”, afirma o pesquisador Lício Velloso. Resultado: os ratos da experiência comeram por impulso muito além do que precisavam e engordaram. Agora, cientistas analisam, através de tomografias, os reflexos em seres humanos. O próximo prazo é desenvolver medicamentos que eliminem os efeitos da gordura no cérebro. Enquanto isso, a recomendação é dar preferência às gordura de origem vegetal. “O dano causado ao neurônio é menor com esse tipo de gordura", destaca o pesquisador da Unicamp.

Grupo: Caio Daló, Caio Morotti, Fabricius Renó, Laura Moretti, Luigi Bianchi
Nome: biologic people
fonte:
www.globo.com

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