Cientistas britânicos lançaram nesta segunda-feira um projeto para tentar criar sangue artificial a partir de células-tronco de embriões.O estudo, previsto para durar três anos, será coordenado pelo Serviço Nacional de Transfusão de Sangue da Escócia. Os pesquisadores afirmam que a pesquisa poderá abrir caminho para uma fonte ilimitada de sangue para transfusões de emergência.O sangue artificial seria livre de contaminações por doenças difíceis de serem detectadas em exames nos sangues de doadores, como o mal da vaca louca (vCJD, que é a variante humana da encefalopatia espongiforme bovina).Os pesquisadores testarão embriões humanos descartados após tratamentos de fertilização in-vitro para encontrar aqueles destinados a se desenvolver no grupo sanguíneo O-negativo, o grupo de doadores universais.O sangue do tipo O-negativo pode ser doado para qualquer pessoa sem riscos de rejeição e é a única opção segura quando o tipo sanguíneo do paciente é desconhecido ou não pode ser determinado imediatamente.Esse tipo de sangue tem uma fonte de doadores limitada, porque somente 7% da população está dentro desse grupo sanguíneo.O projeto será financiado pelos bancos de sangue da Escócia, da Inglaterra e do País de Gales, pelo governo da Irlanda e pela ONG médica Wellcome Trust.Segundo Marc Turner, da Universidade de Edimburgo, que está coordenando o projeto, as pesquisas deverão começar nas próximas semanas.As células-tronco são células capazes de se desenvolver para criar qualquer tipo de tecido humano.Cientistas já demonstraram que é possível tomar uma única célula-tronco de um embrião humano em estágio inicial e levá-la a se desenvolver em células sanguíneas maduras em laboratório.Uma empresa americana também já conseguiu produzir bilhões de glóbulos vermelhos a partir de células de embriões, mas as pesquisas foram paralisadas após a proibição de pesquisas com células-tronco no governo George W. Bush, revista pelo novo governo americano.O desafio dos cientistas agora é como produzir as células sanguíneas em grande escala e transportar a técnica do laboratório para a beira dos leitos hospitalares, o que pode levar vários anos."Devemos ter alguma prova do princípio nos próximos anos, mas estamos provavelmente entre cinco e dez anos de distância de um tratamento realista", diz Turner. "Em princípio, poderíamos garantir um suprimento ilimitado de sangue desta maneira." Apesar do potencial, o estudo também é alvo de críticas de grupos contrários ao uso de embriões para pesquisas."Assim como várias das afirmações associadas com as céulas-tronco, estes são os primeiros passos de uma pesquisa, em vez de uma cura logo ali na esquina, e tão hipotética quanto o resto das afirmações que tentam justificar a destruição de um embrião humano pelo benefício da humanidade", afirma Josephine Quintavalle, da ONG Comment on Reproductive Ethics.Para Quintavalle, a associação de bancos de sangue britânicos à pesquisa pode ter um efeito contrário, ao levar pessoas "que defendem o direito à vida do embrião humano" a relutar em doar sangue.
fonte: http://cienciaesaude.uol.com.br/ultnot/bbc/2009/03/23/ult4432u2102.jhtm
Grupo: Gustavo Colussi, Raphael Bernini, Raphael Mendes, Vitor Seiti
Nenhum comentário:
Postar um comentário