quarta-feira, 22 de abril de 2009

trabalho de biologia

Agência FAPESP – Nos últimos 540 milhões de anos, os níveis de oxigênio na atmosfera terrestre têm flutuado enormemente. Justamente em um período em que os níveis estavam especialmente baixos, em torno de 12% (atualmente está em 20,9%), surgiram os dinossauros, o que é algo que há tempos tem intrigado os cientistas. A questão é como animais tão grandes fizeram para sobreviver em atmosfera tão rarefeita. Na ausência de um desses vertebrados vivo para realizar estudos, três pesquisadores de instituições nos Estados Unidos decidiram procurar pistas em um parente moderno. Trata-se do aligátor americano, designação comum aos répteis crocodilianos do gênero Alligator, encontrados na América do Norte. Eles diferem do crocodilo pelo focinho mais largo (em forma de U) e mais curto. Assim como os jacarés brasileiros, o aligátor pertence à família Alligatoridae, enquanto os crododilos fazem parte da Crocodylidae. Todos compartilham a mesma ordem, Crocodylia. “Sabíamos que testar os efeitos de diferentes níveis de oxigênio funcionaria em aligatores, porque os crocodilianos têm sobrevivido em sua forma básica por cerca de 220 milhões de anos. Eles devem ter feito algo certo para resistir durante tantas flutuações de oxigênio”, disse o australiano Tomasz Owerkowicz, da Universidade da Califórnia em Irvine, primeiro autor do estudo, que será publicado na edição de 17 de abril do The Journal of Experimental Biology. Para começar no início do desenvolvimento desses répteis, os cientistas incubaram ovos de aligatores (Alligator mississippiensis) em diferentes níveis de oxigênio de modo a observar como os animais cresciam e se desenvolviam. Os ovos, doados pelo Rockefeller Wildlife Refuge, foram divididos em grupos incubados em 12% (nível baixo), 21% (normal) e 30% (alto) de oxigênio. Após cerca de dez semanas, os ovos começaram a chocar e os pesquisadores puderam verificar que não havia diferenças visíveis entre os animais dos dois últimos grupos. A surpresa ocorreu quando os ovos em nível baixo abriram. Os ventres dos aligatores estavam inchados e muito maiores do que o normal. O motivo é que os animais não conseguiram absorver corretamente os nutrientes presentes nos ovos, ficando com as barrigas distentidas. Em alguns casos a deformidade foi tamanha que as pernas não chegavam ao chão, obrigando os aligatores a permanecer no local e comer todo o alimento contido no ovo. Depois, finalmente começaram a se mover. Os órgãos do grupo também se mostraram muito menores do que os dos demais. A exceção foi o coração, que, segundo os pesquisadores, era maior provavelmente para maximizar o uso das quantidades limitadas de oxigênio. Os cientistas achavam que os pulmões também seriam maiores, mas não foi o caso, talvez porque os aligatores usaram menos tal órgão, obtendo o oxigênio por meio de vasos sanguíneos na membrana do ovo. Três meses depois, ao medir as taxas de respiração e metabólica, Owerkowicz e colegas verificaram que os animais na atmosfera com mais oxigênio estavam respirando muito menos do que o normal, provavelmente por conta de respirar mais gás a cada vez, o que se traduz em uma significativa economia de energia – que pode ser investida em crescimento. Mas, ao medir os tamanhos dos pulmões dos répteis no grupo com menos oxigênio, os cientistas descobriram que os órgãos estavam maiores do que os dos dois outros grupos. Os pulmões teriam crescido mais para compensar a falta de oxigênio, permitindo que os animais aumentassem suas taxas metabólicas. O artigo Atmospheric oxygen level affects growth trajectory, cardiopulmonary allometry and metabolic rate in the American alligator (Alligator mississippiensis), de Tomasz Owerkowicz e outros, pode ser lido por assinantes do The Journal of Experimental Biology em jeb.biologists.org.



nome:Douglas,Rafael henrique,Luis

domingo, 5 de abril de 2009

Genética influencia modo de funcionamento do cérebro,

Genética influencia modo de funcionamento do cérebro, diz estudo
Pesquisa envolveu a comparação de gêmeos idênticos e irmãos.Resultado sugere que genes influenciam desempenho cognitivo.
Salvador Nogueira Do G1, em São Paulo

Ativação média de um cérebro no estudo (Foto: Divulgação)
Características como inteligência e personalidade podem ser herdadas geneticamente? O que faz uma pessoa agir de um determinado modo, a natureza ou a criação? Essas São algumas das questões mais intrigantes e controversas da ciência, e as respostas para elas só podem estar em um lugar: o cérebro. Agora, um novo estudo joga luz sobre a polêmica. A pesquisa, encabeçada por Jan Willem Koten Jr., da Universidade Aachen, na Alemanha, usou as tradicionais imagens de ressonância magnética funcional para identificar potenciais mudanças em ativação de circuitos cerebrais pautadas pela genética. Para fazer a constatação, ele comparou membros de dez trios de irmãos, dos quais dois eram gêmeos idênticos -- portanto, possuíam a mesma constituição genética. Durante as observações do cérebro, os participantes tinha de realizar tarefas cognitivas ligadas à memória. Mais especificamente, tinham de memorizar a presença de um dígito específico num quadro de números enquanto eram distraídas pela realização de operações aritméticas ou categorização de objetos diferentes. Estudos anteriores com gêmeos já tinham tentado encontrar potenciais diferenças no cérebro com base na genética, mas sem sucesso. Isso porque eles tentaram focar em partes específicas do órgão. "Influências genéticas em ativação cerebral de áreas que tipicamente servem a uma função cognitiva devem ser modestas, porque essas áreas serão ativadas de forma similar em todos os humanos", explicam Koten Jr. e seus colegas, em artigo publicado na edição desta semana do periódico científico americano "Science".
Para o novo estudo, os pesquisadores decidiram olhar o cérebro como um todo. E aí sim conseguiram notar algumas diferenças entre os cérebros dos gêmeos e o de seu irmão não-idêntico -- focadas mais no hemisfério esquerdo do órgão. "Nossos achados demonstram que existem diferenças influenciadas geneticamente em padrões de ativação do cérebro, causando diferenças qualitativas em rotas de processamento neurocognitivo", concluem os cientistas. Na prática, isso quer dizer que pelo menos algumas das características envolvidas com a cognição no cérebro sofrem influência genética. Quais e em que medida, ainda é um mistério a ser esclarecido.

Grupo cria células-tronco reprogramadas sem alterar DNA humano

Grupo cria células-tronco reprogramadas sem alterar DNA humano
Genes que levam células a 'regredir' desaparecem naturalmente mais tarde.Trabalho é mais um passo na busca de terapias sob medida para doentes.
Reinaldo José Lopes Do G1, em São Paulo
Os pesquisadores estão cada vez mais perto de estabelecer um método eficiente e seguro para transformar células adultas, como as da pele ou do sangue de pessoas crescidas, em equivalentes das cobiçadas células-tronco embrionárias. Desta vez, uma equipe dos Estados Unidos conseguiu operar essa transformação de forma "limpa", sem que o DNA das células-tronco recém-criadas fosse permanentemente alterado. Trata-se do primeiro passo para usar células como fonte de tecidos "sob medida" para pessoas que precisam reconstituir órgãos danificados por alguma doença ou acidente.
O estudo, que está na edição desta semana da revista "Science", é coordenado por James A. Thomson e Junying Yu, ambos do Instituto Morgridge de Pesquisas, no estado americano do Wisconsin. Eles já eram pioneiros do estudo das células iPS, ou células "pluripotentes induzidas", como se chamam as células-tronco com características embrionárias produzidas a partir de tecidos adultos. Retornar ao estado embrionário equivale a ganhar a capacidade de se transformar em qualquer tipo de célula -- ou "pluripotência", como esse poder é conhecido entre os biólogos. E a possibilidade de obter células desse tipo a partir dos pacientes significa que eles não terão rejeição aos tecidos criados com elas, já que eles apresentam as mesmas características genéticas dos doentes.

Até aí tudo bem. O problema é que, por enquanto, quase todos os pesquisadores que conseguiram criar iPS usaram algum tipo de manipulação genética (em geral vírus) que corresponde a uma alteração "definitiva" no DNA das células alteradas, por meio da entrada de genes que garantem a versatilidade, ou a pluripotência, das células iPS. Isso não é exatamente uma boa notícia porque, no caso dos vírus, por exemplo, a inserção de DNA estranho também pode mexer com outros genes, os quais podem causar até a formação de tumores. A segurança na hora de transferir essas células para pacientes de verdade ficaria muito comprometida, portanto.

Yu, Thomson e seus colegas apostaram em outra abordagem, na qual o punhado de genes capaz de induzir pluripotência é transferido para as células adultas por meio de um plasmídeo, uma molécula "pelada" de DNA, que não precisa ser carregada por vírus. Métodos especiais de biologia molecular são utilizados para "convencer" a célula que vai ser transformada a admitir a entrada do plasmídeo em seu interior.

Embora a eficiência do procedimento seja baixa, os pesquisadores viram que é realmente possível transformar as células adultas em células iPS com essa estratégia. E o melhor vem agora: conforme as células vão se dividindo, a multiplicação do plasmídeo é ineficiente. Isso faz com que, após algumas rodadas de multiplicação celular, os cientistas consigam obter células-tronco que não possuem mais o DNA estranho. No entanto, quando eles examinam os genes dessas células, percebem que os trechos de DNA responsáveis pela manutenção da pluripotência continuam "ligados", mesmo sem a ajuda dos plasmídeos.

Se a abordagem realmente se revelar a mais promissora, o protocolo criado em Wisconsin poderá servir como guia geral para a produção de células iPS.

Estudo descobre área cerebral onde reside a inteligência

Um estudo feito por pesquisadores canadenses diz ter descoberto o local onde a tão buscada inteligência reside no cérebro das pessoas. Segundo os cientistas do Instituto Neurológico de Montreal, a faculdade do saber está diretamente ligada à espessura do córtex cerebral, também conhecido como massa cinzenta - região que desempenha funções fundamentais como memória, pensamento, linguagem e consciência. As informações são do site Live Science.
O instituto canadense chegou a esta conclusão depois de fazer um mapeamento digitalizado dos cérebros de 216 meninos e meninas saudáveis, com idades entre 6 e 18 anos, oriundos de diversos grupos étnicos e socioeconômicos. Além do rastreamento, as crianças também foram submetidas a testes de analogia, vocabulário, raciocínio e de habilidades visuais.
As análises sobre o córtex cerebral surpreenderam os especialistas do Instituto Neurológico. Para o neurocientista e psiquiatra Sheriff Karama, "foi difícil entender como algo tão complexo como a inteligência fica restrita a pequenos espaços do cérebro".
De acordo com Karama, se olharmos para a média de espessura do córtex nas crianças pesquisadas, as diferenças entre o menor e o maior QI foi de meio milímetro. O pesquisador explicou que os resultados não significam que a espessura do córtex (ou a inteligência) se baseiem unicamente na genética. "O ambiente também desempenha um papel", afirmou ele ao Live Science.
Depois de perceber que os genes afetam o tamanho do córtex, os especialistas avaliaram que futuramente a descoberta pode ter efeitos positivos em tratamentos de transtornos mentais, como Alzheimer, depressão e esquizofrenia. "Você pode ajudar a tratar um grande número de declínios cognitivos", ressaltou Karama. Os resultados do estudo foram publicados na última edição da revista médica Intelligence.
Desde a última década, cientistas do mundo inteiro têm tentado decifrar a localização exata da inteligência na cabeça do ser humano. Um estudo realizado no ano 2000 por britânicos e alemães defendeu que o intelecto depende exclusivamente dos lobos frontais do cérebro. Em anos seguintes, pesquisadores disseram ter encontrado indícios de que a sabedoria tem a base formada em outras regiões que não o córtex ou os lobos frontais. No entanto, estes experimentos foram contestados pela comunidade científica porque analisou um número relativamente baixo de crianças em testes.

Postagem realizada pelo grupo: Pré Biólogos

Componente da maconha atua contra tumores cerebrais

O tetra-hidrocanabinol (THC), principal componente ativo da maconha, pode ter um efeito sobre a redução e, inclusive, a destruição de células cancerígenas dos tumores, principalmente do cérebro, nos ratos e também no homem, segundo estudo da universidade Complutense de Madri publicado nesta quinta-feira (2), no "Journal of Clinical Investigation".
De acordo com o relato, cientistas injetaram uma dose diária de THC em ratos, antes contaminados com tumores cancerígenos humanos desenvolvidos até o tamanho de 250 mm3.
"A administração do THC reduziu em mais de 80% o crescimento de tumores derivados de diferentes tipos de células" cancerígenas, escreveram os pesquisadores do departamento de bioquímica da Universidade de Madri.
As células cancerígenas introduzidas nos ratos incluíam gliomas, o tipo mais frequente de câncer do cérebro, assim como células de câncer do pâncreas e de mama.
Um teste clínico realizado em dois pacientes com câncer no cérebro, normalmente muito agressivo, com injeção intracraniana de THC de 26 a 30 dias, mostrou "um processo de morte de células por autofagia", depois de uma análise das biópsias realizadas antes e após o tratamento.

Postagem realizada pelo grupo: Pré Biólogos

Cientistas usam vírus da varíola para criar vacina contra a Aids

Responsável pela morte de milhões de pessoas durante séculos, a varíola se converteu num aliado para lutar contra a nova pandemia da humanidade: a Aids. Pesquisadores espanhóis empregam pela primeira vez o vírus da varíola para criar uma vacina contra o HIV.
O vírus da varíola, numa versão atenuada, foi usado como veículo transportador de quatro proteínas do HIV. O médico Juan Carlos López Bernaldo, supervisor do teste clínico no Hospital Gregório Marañón, de Madri, afirma que até agora "se empregavam proteínas sintéticas e outros tipos de vírus que não conseguiam estimular suficientemente o sistema imune".
Seu grupo, porém, evita falar que se trata de uma vacina que protege por completo da infecção. De acordo com López Bernaldo, "em pesquisas anteriores já se pôde ver que a ideia de criar uma vacina totalmente protetora não funciona".
"O que queremos conseguir agora é uma vacina que provoque uma resposta imunológica para que, no caso de infecção pelo HIV, o desenvolvimento da doença possa ser evitado."
A vacina foi primeiro testada em camundongos e macacos. Foi comprovado que era segura e que conseguia induzir respostas imunes contra o SIV, o vírus da imunodeficiência dos símios, "irmão" do vírus da Aids.
Ela agora está na chamada fase 1 dos testes em humanos. Já foi ministrada a 18 pessoas, e a meta dos pesquisadores é chegar a 30 voluntários neste mês.
O estudo durará um ano, e seu objetivo principal é avaliar se a vacina consegue estimular o sistema de defesa dos voluntários. Esta primeira fase também servirá para avaliar a segurança da nova imunização em humanos --algo de que os pesquisadores não duvidam, pois já existe uma longa experiência da vacinação contra a varíola, que usava o mesmo vírus.
Os primeiros a se oferecerem para testar a vacina foram principalmente pessoas jovens, com conhecimentos sobre o HIV, muitas delas com familiares ou amigos infectados.
López Bernaldo explicou à Folha que "as pessoas com parceiros com HIV não podem ser voluntárias nesta fase porque procuramos pessoas com baixo risco de infecção."
Os primeiros resultados deverão aparecer em maio de 2010. Se forem favoráveis, a pesquisa avançará até a fase 2, com centenas de pessoas. A duração desta fase é de no mínimo três anos. Os voluntários desta fase devem estar sob risco de infecção.
A vacina experimental, denominada MVA-B, foi desenvolvida por Mariano Esteban, pesquisador do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC), órgão espanhol que tem a patente.

Postagem realizada pelo grupo: Pré Biólogos

Surpresa! O coração regenera suas células



Por muito tempo pensamos que o coração humano, assim como o cérebro, não fosse capaz de renovar suas células após o nascimento do indivíduo. Hoje, no entanto, cientistas anunciaram que há sinais que mostram a regeneração das células do coração durante a vida de uma pessoa.
E as células do cérebro também mudam (crescem) quando nos tornamos adultos.
“Se cortarmos nossa pele, o tecido se regenera, a pele cicatriza. Se quebrarmos um osso, ele também se regenera. Mas órgãos, como o coração e o cérebro, pareciam não ter as mesmas propriedades” explica Ratan Bhardwaj, um dos condutores da pesquisa, da Universidade de Toronto.
“É uma descoberta inovadora e, ao mesmo tempo, fundamental. Imagine a quantidade de novos tratamentos que podem ser desenvolvidos, com base nessas informações” explica Bhardwaj.
O time usou uma técnica inovadora, pelo menos nessa área da ciência, para tirar suas conclusões: eles dataram, com carbono-14, as células do coração.
O carbono 14 é uma técnica conhecida por arqueologistas, que, usando como base a quantidade de carbono encontrada em ossos e objetos antigos, pode oferecer uma estimativa da idade do objeto estudado.
Bhardwaj usou essa mesma técnica em células do coração. O que foi descoberto é que, o coração, quando cresce, não para de produzir células especializadas. Ele continua com a produção. Ainda há células tronco em atividade no órgão – e elas podem ser usadas em tratamentos.
Essa nova descoberta mostra que nosso corpo é muito mais ‘adaptável’ do que pensamos. As aplicações do estudo já estão sendo analisadas.
Postagem realizada pelo grupo : Pré Biólogos