Pouco se sabe sobre as diferenças entre homens e mulheres portadores de síndromes coronárias agudas. Porém, as mulheres são até 1,7 vezes mais propensas a sofrer de morte por enfarte agudo do miocárdio, conforme explicam a cardiologista Stella Macín e colegas, em artigo publicado na Revista Argentina de Cardiologia intitulado "Enfarte agudo do miocárdio em mulheres: características clínicas e evolução a curto e longo prazo".
De acordo com o texto, a pesquisa estudou diferenças clínicas entre mulheres e homens afetados por enfarte agudo do miocárdio. Apesar de tratamento similar ter sido aplicado a homens e a mulheres, estas últimas apresentaram perfis de risco diferentes, e agravados, em curto ou longo prazo.
Para os autores, "este trabalho confirma que existem diferenças sexuais nas síndromes coronárias agudas; é possível identificar claramente um grupo de pacientes com pior evolução hospitalar e menos sobrevivência".
Eles justificam a pesquisa argumentando que a utilidade clínica destas descobertas é revelar as diferenças reais existentes entre os sexos no que se refere aos efeitos do enfarte agudo e a necessidade de melhorar os métodos de prevenção e tratamento para as mulheres.
"A maioria dos trabalhos publicados confirmam que a variável 'sexo feminino' amplia o risco de mortalidade por enfarte agudo. Assim, no presente trabalho constatou-se que o sexo feminino aumentou o risco de mortalidade em 1,7 vezes", dizem os autores e acrescentam "a maioria das séries que incluíram pacientes que sofreram enfarte com supra-desnível do segmento ST mostraram aumento da mortalidade, tanto a curto como a longo prazo. Por outro lado, em mulheres jovens, o enfarte agudo é extremamente raro", afirmam.
Ou autores afirma ainda que "as mulheres não só apresentam maior risco de mortalidade, mas também mais complicações intra-hospitalares e menos intervenções".
Durante as apurações, nos resultados das pesquisas, os médicos constataram que podem ser citados como importantes fatores de risco: faixa etária, diabetes, obesidade, tabagismo, enfarte prévio e angina crônica estável. Como tratamento, foram prescritos trombolíticos, (foi realizada) angioplastia primária e cirurgia de revascularização miocárdica, entre outros expedientes.
De acordo com Stella e colegas, "é fato que as mulheres com enfarte agudo apresentam diferenças quanto aos fatores de risco, já que na pesquisa foi revelado que, em diferentes categorias, (os fatores de risco) se relacionam com uma taxa mais alta de diabetes e hipertensão arterial com frequência menor de tabagismo. No presente trabalho foram observadas diferenças nas características basais nas mulheres, visto que elas apresentaram maior idade (como fator de risco) e prevalência de angina crônica estável; ao contrário, os homens se mostraram mais propensos que as mulheres ao tabagismo e com maior histórico de enfarte prévio".
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Mulheres são mais propensas a morrer por enfarte.
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